As coisas que eu quiz dizer...

A poesia morreu pra valer

A poesia da vida...

A verdadeira poesia que era viver...

Morreu a paixão...

Aquela que nos motivava a pintar a cara e a correr pelas ruas com coquetéis molotov em mãos em busca de justiça...

...”quem roubou nossa coragem?”...

Nos trancamos nessa condição distante e vazia recheada pelas mentiras que criamos nas redes sociais onde fantasiamos uma boa vida cheia de falso status e alegrias...

Que o diga o nosso rock nacional...

Humberto Gessinger profetizava: “então erguemos muros que nos dão a garantia que morreremos cheios de uma vida tão vazia”.

Morremos na nossa superficialidade onde a paixão pelas coisas nobres nada mais é do que um retrato barato falado nos comerciais de automóveis e celular.

Um dia a música nacional gritava protestos e falava de um verdadeiro amor, mas isso ficou apenas numa remota memória. Como um samba no escuro...

Gandi disse que deveríamos ser a mudança que queremos no mundo, mas nem mesmo chegamos a mudar o nosso próprio meio. Sofremos de um mal terrível, o conformismo...

Antes Cazuza berrava: “Eu nunca mais vou respirar se você não me notar”...

Hoje nos conformamos em rimar amor com dor e emoção com coração...

Morre a geração Coca-cola e dá-se lugar à geração Activia...

E, de repente: “Nos deram espelhos, e vimos um mundo doente”...

Trocamos o sexo drogas e rock and roll por metrosexualismo, anabolizantes e reestart

Sofremos da ausência de Chicobuarquismo na nossa mediocridade.

E nos esforçamos em “provar pra todo mundo que não precisamos provar nada pra ninguém”.

Culpa das novelas, do bullying e dos jogos violentos?

Mas a vida não imita o vídeo?

Se imita? Gostaria de ser Gene Kelly dançando irresponsavelmente na chuva...

Mas na verdade,
“Tudo passa, tudo passará...
E nossa história não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz.
Teremos coisas bonitas pra contar.
E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos.
O mundo começa agora
Apenas começamos”.


Salvem as baleias...