Domingo, 03/07/2011 - 23:45
Como bom marido que sou resolvi retirar o lixo e evitar fazê-lo pela manhã da segunda, simplesmente por que minha sina é dormir mal aos domingos e acordo com um péssimo humor nas segundas. Já dizia uma música dessas por aí “Tell me why, tell me why, I hate Mondays”...
Pois então, resolvi esvaziar as lixeiras e colocar tudo pra fora à noite...
Lavei minhas mãos e sentei no sofá para assistir ao filme que passava na Globo com o Matheus, passados alguns minutos de relaxamento esperando o sono chegar ouço um barulho estrondoso parecendo vir da minha garagem, a primeira ação que um pai de família protetor tem é de trancar o esfíncter e olhar onde está o telefone para chamar a polícia...
Quando o frio da espinha vai embora e você consegue relaxar literalmente eu me lembrei que havia colocado o lixo pra fora e que provavelmente havia caído com o vento...
Olhei pela janela e vi um cão enviado do inferno se fartando nas migalhas do nosso lixo...
Eu gosto de cães...
Tenho até dó daqueles que ficam maltratados pela rua...
Mas só alguma pena deles quando não estão fuçando o meu lixo...
Abri a porta vagarosamente e abri a torneira apontando a mangueira na direção do inimigo, analisei estrategicamente a situação de guerra e me preparei...
Não teve outra, mirei na cabeça do infeliz e atirei o meu jato gelado na sua direção. O maldito saiu a galope gritando como se tivesse lhe dado uma paulada...
Sorrindo sarcasticamente fechei a torneira e voltei para o sofá, depois de alguns minutos ouvi um novo barulho e fui até a janela... Os dois sacanas estavam novamente se fartando no meu lixo...
Não mudei a estratégia, fui devagarzinho e pimba, um novo jato gelado no animal...
HAHAHAHAHAHA, eu sou mesmo muito mal... “Who let the dogs out? Who who who” cantarolei saltitante olhando para a cara do safado…
Ele perdeu o respeito e continuou a vir na direção do lixo, como se eu não estivesse lá...
Fiquei plantado com a mangueira apontada como um soldado que não abandona o posto...
Variei alguns postos me escondendo as vezes atrás do carro...
Chegou novamente e mais um tiro gelado...
_ Sefu de novo otário – disse. Eu sou o Rambo da mangueira...
Não sei por que, mas não devia ter dito isso...
Resolvi entrar e dar uma nova olhadinha pela janela. O sarnento ficou do outro lado da rua me olhando nos olhos pela janela durante vários minutos, certamente estava planejando sua vingança...
Eu juro que vi um sorriso vingativo naquela cara cheia de peladeira...
Ainda encarei o infeliz pelo vidro impondo respeito, mas o sono bateu e resolvi dormir...
Sonhei com os anjos...
Acordei, tomei meu banho, me despedi da Chris e dos meninos e saí para o trabalho...
Quando chego ao portão, qual minha surpresa?
Sim...
Tinha até lixo dos meus vizinhos na minha porta...
Todas as sacolas de lixo estavam rasgadas e as fraudas usadas do Miguel estavam espalhadas por toda vizinhança...
FILHO DA PUTA... gritei de raiva...
Peguei uma vassoura e sobre um frio de 7 graus, sobre uma chuva fina estava este animal que vos escreve, varrendo a rua e catando o lixo fruto da vingança daquele cão maldito...
Para hoje estou armando uma tocaia com um pedaço de carne e pão...
Meu estilingue está pronto e prometo que ele venceu a batalha, mas a guerra será minha...
A vingança é um prato que se come frio...
Abaixo os cães comedores de lixo...
Salvem as baleias...
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