quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Uma hora de caminhada com Juninho Braga...

Sempre gostei de esporte, mas de uns anos pra cá, devido ao trabalho e muitas ouras coisas, me tornei uma pessoa sedentária. Mas ontem eu decidi, mudar. Contrariando a lei que diz que todo mundo muda na segunda-feira, eu resolvi me reiniciar no esporte na terça. E para começar, nada melhor do que uma boa caminhada...
Uma hora de caminhada com Juninho Braga...
Coloquei meu short de pijama, calcei um keds e vesti uma camisa “Ademar José Prefeito 45” e saí de casa em busca do meu novo estilo de vida. Peguei leve por que a gente tem que respeitar os limites, mas estava empolgadíssimo. Ativei o cronômetro no relógio e rasguei o asfalto.
Com sete minutos minhas pernas estavam queimando, reclamando da cervejinha, das picanhas e dos conseqüentes 102 kg. Mas sou brasileiro, não desisti, empurrei meu corpo tentando pensar nas coisas boas da vida... Mas como se já não bastasse, o bico de papagaio começou a dar sinais...
Caminhar é muito deprimente, e o mundo está cheio de pessoas do mal. As mais preparadas fazem de sacanagem elas ficam ultrapassando a gente o tempo todo como se fossemos obstáculos no meio do caminho. Tem gente que até ri.
Vou silkar uma imagem da placa “proibido ultrapassar” nas costas de uma camisa para caminhar...
Com dezesseis minutos, eu cheguei à praça central de Capivari, já estava molhado de suor, mas uma brisa fresca me ajudou a esquecer a dor nas pernas e nas costas. Os calcanhares é que não deram trégua, começaram a queimar. O estômago embrulhou, mas eu agüentei firme.
Não desisti, fiquei contornando a praça.
O item motivador da caminhada é que você vê gente pior do que você, e daí vai se animando ou ficando com medo de ficar igual a eles. Tem gente feia nesse planeta caminhada, viu.
Dor de cabeça aos vinte e quatro minutos...
Língua pra fora, não vou desistir...
Só uma pausinha pra relaxar.
Parei na sorveteria e sentei numa cadeira para cinco minutos de relaxamento, pra não perder a viajem: Duas bolas de flocos, uma de chocolate e muita cobertura pingando nos dedos... Não resisti.
O cronômetro indicou trinta e sete minutos, e ainda finalizando a casquinha voltei ao percurso super animado.
Rasguei na reta e numa distração fui ultrapassado por um senhor com cara de 70 e corpo de 17... Quase desisti...
Resolvi superar os limites, acelerei o passo e me senti o Jedi da caminhada... Rasguei na reta como Schumacher. Superei o embrulhar do estômago, a sede provocada pelo sorvete, a dor de cabeça, nos calcanhares, joelhos e panturrilha, bico de papagaio e asma e entrei numa curva em declive.
Quem me conhece sabe que não respiro de uma narina e que a outra vive entupida, sou viciado em Neosoro e por causa da boca aberta engoli um desses mosquitos que nos circulam quando estamos suando...
Era superar os limites...
Entrei em outra reta e me distraí novamente, o velhinho com corpo do Vin Diesel me colocou uma volta e empolgada uma velhinha num andador tentou me cortar no vácuo dele... Preparei uma cotovelada... Era tudo ou nada. Calculei a altura dela e mirei o pau do nariz.
Jogo sujo? Fodas... Ta na competição é a glória ou a morte
Acelerei o passo e me mandei disposto a humilhar a véia...
Cinqüenta e dois minhas pernas assumiram o ritmo sozinhas e eu desembolei a andar, sem fôlego, de olhos fechado e sentindo a brisa na cara...
O clone do Vin Diesel não apareceu mais e eu achei que era a hora de parar...
Respirei fundo para a última volta e à uns cem metros avistei minha adversária no andador. Acelerei o passo gastando a última gota de energia. Com a boca espumando, pernas e costas queimando, dor de cabeça, asma e bico de papagaio me senti o Franck Caldeira em busca da medalha...
Fedor de peido...
A veia quando percebeu minha aproximação largou “um” no ar para tirar minha concentração...
Jogo sujo véia do mal.
Colei no vácuo da anciã e ameacei cortar pela direita, quando ela inclinou o andador acelerei na esquerda deixando-a para trás aos palavrões.
A glória...  
Descontei o peido e rasguei na curva.
Uma hora e doze minutos de caminhada. Superação. Raça. Vontade de vencer.
Desci a ladeira rumo a minha casa extasiado, engolindo outro mosquitinho, mas realizado...
Mais vinte e três minutos até a minha rua e na esquina parei sorridente e transpirando como tampa de chaleira, parei no trailer do cearense Seu Zé:
_ Seu Zé, me dá uma coca bem gelada e um x-egg-bacon no capricho que hoje eu mereço.
Eu estou super empolgado...
Hoje vou caminhar novamente e com muito esforço daqui há dois anos vou partir para a corrida. São Silvestre que me aguarde...
A vida é assim... Quebrar barreiras, superar desafios.

Um comentário:

  1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    Eu dava uma unha do dedinho pra ver essa cena toda!!

    Você não existe !!! simplesmente amei!

    kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    bjus

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