quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Entre cocas-cola, Mc Donalds, grifes e silicones.

Ando me perguntando:

Por que eu deveria ser uma pessoa que definitivamente eu não sou?
Realmente não entendo a razão para poder me travestir de alguém, encenar uma personalidade que não é a minha ou até mesmo ser algo que não tenha nada ver comigo. Muitos vivemos assim, mascarados da moda do momento, o que está em alta ou o que tem sido comentado. Nos vestimos como o sistema quer, compramos o que o sistema quer e até mesmo falamos o que está em evidência, e para nos esconder dos nossos erros, dizemos que isso é a modernização...
Nos tornamos pessoas influenciáveis, mesmo quando dizemos que não, e diga-se de passagem, a mesma prostituição psicológica e intelectual que nos veste e dita o nosso comportamento, é o mesma que nos torna competitivos entre nós mesmos. Queremos ser melhor que todos, competimos até contra nosso corpo, e alma.... e não aceitamos derrota em hipótese alguma.
Somos rebaixados à condição de escravos da futilidade. É isso o que recheia os programinhas chulos de TV sem criatividade ou inovação, tudo é copiado e reproduzido com nomes diferentes. Até parece ironia quando nos lembramos daquelas épocas onde copiávamos os deveres de casa dos colegas e trocávamos algumas palavras só pra dizer que era diferente.
O “melhor que ta tendo” é ir a uma boate dessas freqüentadas por estrelinhas de bairro, acompanhado de uma pessoa que saiba exatamente o que tomar pra inflar os bíceps, tríceps e afins, ou mesmo um mestre na arte da moda, que tem a “coragem” de gastar o salário do mês em uma única calça só por que é o que todos estão usando, e que não se interesse por assuntos como amor, política, família por que isso é brega. E pra que a noite seja completa, “festa no apê” de trilha sonora.
Chique é ter o telefone da moda, mesmo que ele esteja no programa pai de santo, só receba.
PUTA QUE PARIU...

Eu sou um ET
E a base das programações televisivas? Essa é a melhor parte, mulheres siliconadas e artificiais estão povoando a televisão brasileira, o que era cômico se tornou trágico. As “bonecas infláveis” da TV são interrogadas diariamente sobre a quantidade de silicone injetado, sobre o último namorado e sobre o cachê das revistas masculinas. Até mesmo, um outro dia, num desses miseráveis programas da Redetv, onde uma dessas mulheres plásticas teve a infeliz idéia de vender suas próteses de silicone, detalhe, elas eram usadas. Será que alguém vai comprar isso?
Aliás, alguém aí assiste aquele programa que passa sábado a noite na Globo?
É chique ser fútil, supérfluo e burro, e se for mau caráter, melhor ainda.
A que ponto chegamos? Ao ponto de ver isso nas ruas, do lado da nossa casa, nos nossos vizinhos e pasmem, em nós mesmos.
A literatura da moda é a CARAS ou as revistinhas de fofocas sobre os artistas.
Estamos prostituindo a nossa personalidade, nos vendendo por um pouco de fama regional, queremos aparecer na faculdade, no trabalho, na rua, no ônibus (pra quem, como eu, ainda usa esse meio de transporte). Destruímos a essência. Destruímos a sinceridade. Mas a mentira, essa tem perna curta, já dizia o sábio do buteco.

As máscaras um dia cairão e vai sobrar o quê?
Precisamos desesperadamente nos tornar autênticos, fazer o papel de nós mesmos e parar com esse medo de coca-cola, isso não mata ninguém. Mulheres e marombeiros, por favor, não tenham medo de ter uns quilinhos a mais, isso não mata ninguém. A não ser Mc Donald, só tem nome por que o gosto é o mesmo que você comer isopor com catchup.
Sejamos esportistas sim, mas por saúde e até mesmo por estética, mas tudo em harmonia, sem paranóia.
Sejamos felizes, de verdade...
Vamos atender o conselho de Gandi quando ele diz que... ”Devemos ser a mudança que queremos no mundo.”
Sejamos autênticos.
Sejamos diferentes.
Sejamos verdadeiros.
Salvem as baleias

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